terça-feira, 26 de julho de 2011

O oriental

Nessa madrugada de segunda para terça, sem muito a fazer, voltei a lembrar de histórias vivenciadas no táxi durante à noite.
Uma delas, bem curtinha, que relatarei aqui, aconteceu a alguns anos e foi uma das mais curiosas, por assim dizer.
Estava eu parado em frente a uma casa noturna, esperando a saída dos passageiros da festa, quando entrou no meu carro um cidadão, descendente de orientais - japonês, chinês, coreano, etc. - não saberia definir.
Logo após o respectivos boa noites, perguntei como de costume: " Pois não?" Ao que tive como resposta: "Quero uma mulher. Me falaram da Farrapos."
Perfeito. Pra eu, estava dado o destino e começamos o deslocamento.
No caminho, o passageiro começa um diálogo, perguntando como estava o serviço, como tinha sido a noite, se tinha feito muitas corridas assim como a que estava fazendo com ele e se eu conhecia alguma menina em especial na Av. Farrapos que pudesse indicar para ele.
Após responder as perguntas veio então o questionamento chave. Me perguntou ele: "Quanto tu me cobraria para deixar que eu usasse o táxi no drive-in com a menina que eu escolher?"
Opa! Como assim? Pensei eu. Usar o meu táxi para fazer o programa em um drive-in?
Confirmei com ele se realmente era isso que ele queria e tive a resposta afirmativa dele. Não aceitei, claro que não. Imagina. Loucura completa. "Alugar" o táxi para servir de motel para o oriental...
Mas ele insistiu e foi oferecendo cada vez mais dinheiro, até chegar em R$50, fora o valor da corrida, que eu ainda teria que levá-lo ao hotel onde estava hospedado.
Mas segui negando e ainda argumentando, que com esse valor ele pagaria qualquer motel próximo daquela região onde estávamos.
Não satisfeito o cliente usou um último argumento: "Prefiro o carro, poi sou bem rapidinho, não vale a pena ir até um motel..." Senti um misto de pena e ao mesmo tempo vontade de rir, tamanha a exposição que aquele rapaz estava se submetendo para ter uma transa. Mas segui negando a proposta do mesmo e tentando que ele fizesse o programa em um motel ou fosse a uma casa "especializada", mas ele também foi irredutível.
Quando chegamos na Farrapos perguntei o que ele iria fazer, pois não aceitaria sua opção. E ele e respondeu: "Para em um posto para eu comprar uma água e depois me leva para o hotel, vou resolver o meu problema sozinho!"
E assim fizemos.

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