quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Manual (nem tão)prático para taxistas e afins

  Manual (nem tão)prático para taxistas e afins

Devido à procura de alguns colegas taxistas, com a intenção de melhorar seu atendimento, bem como a qualidade do serviço de táxi em Porto Alegre, resolvi publicar algo que já tinha como rascunho e que mais do que nunca se faz necessário.


  Trata-se de um pequeno e modesto manual para que os taxistas possam atender melhor os passageiros, bem como manter os clientes.



  1) Quanto à apresentação pessoal:

  A Lei Geral dos Táxis (lei nº 11.582, de 21 de fevereiro de 2014), determina em seu art. 23, inciso XVIII, que o motorista deve "...estar permanente e adequadamente trajado durante a execução do serviço, utilizando vestimenta apropriada para a função de prestador de um serviço público, composta de camisa, calçado fechado e calça ou bermuda, essa última sempre na altura do joelho e de cor única, vedados bermudões, bermudas estampadas ou esportivas e a utilização de coberturas como bonés, chapéus e assemelhados;..."

  Uma camisa pólo, preferencialmente cor lisa, calça jeans e sapato fechado, compõem uma boa vestimenta. Entenda-se sapato fechado, não necessariamente sapato, estilo social. Um tênis, o mais discreto possível ou o tradicional sapatênis, servem muito bem. A ideia é estar limpo, com a roupa limpa e a higiene corporal em dia.

  Como bem prevê a lei, NÃO é permitido usar boné, chapéu ou semelhantes. Cortar o cabelo, bem como estar com a barba feita, se faz também necessário. Barba feita, não significa raspar a barba. Quem gosta de usar barba, tem que mantê-la limpa e ajeitada. Frequentar um barbeiro se faz muito necessário. Vale para os cabelos compridos. Quem gosta, deve ajeitá-los, penteá-los e mantê-los limpos. Higiene é fundamental.

  Pra quem usa camisa, usar os botões abertos até a barriga, não faz parte de uma boa apresentação. O primeiro botão, no máximo o segundo, se estiver vestindo uma camiseta lisa por baixo. Entendam. Ninguém é obrigado a ficar vendo o peito cabeludo de ninguém. Ah! Quando está parado no ponto, fora do carro, nada de tirar a camisa pelo calor. Enquanto estiver no turno de trabalho, há que se entender que está trabalhando. Passageiro não merece chegar no ponto de táxi para fazer a corrida e ver motoristas sem camisa. Horário de trabalho é horário de trabalho.

  Quanto à bermuda, até o joelho e sarja ou jeans vão bem.

  Vejam que a lei não obriga a usar roupa social e sapato de bico fino. Quem quer usar, pode usar. Quanto melhor a apresentação pessoal, maior confiança vai passar ao passageiro. Pode parecer preconceituoso, talvez até seja, mas infelizmente as coisas são assim.



  2) Quanto ao carro:

  A mesma lei que determina a vestimenta do condutor de táxi, também determina as condições do carro. O inciso IV, do art. 23, diz que o condutor, auxiliar ou permissionário, deve "...manter o veículo em condições de segurança, conforto e higiene, conforme regulamentação da SMT e da EPTC..."

  Manter o veículo com a manutenção em dia é primordial para a segurança de todos dentro do veículo, não é fácil nem barato, mas é necessário. Ar condicionado funcionando, bancos do carro em bom funcionamento com as coberturas/capas em bom estado, bem como o veículo limpo, por fora e principalmente por dentro, faz parte de um conjunto que vão "falar" bem do motorista para o passageiro que está utilizando o serviço de táxi. Salvo o carro passe por ruas de chão batido ou barro, não é necessário lavá-lo todos os dias. Dia sim, dia não, é o suficiente desde que se mantenha. Aquela batidinha de tapetes, paninho para tirar a poeira do painel e dos vidros, são coisas que não custam e não tomam tanto tempo.

  Manter o carro limpo por fora é essencial, pois o primeiro contato do passageiro com o táxi é visual e do lado de fora do carro. Se estiver sujo, a má impressão já acontece antes mesmo de o usuário entrar no carro e isso é ruim.

  Outra reclamação recorrente é sobre os barulhos do carro. Ruídos internos incomodam. Sabe-se que o carro "na praça" tem um desgaste muito grande, mas temos que fazer um sacrifício para mantê-lo nas melhores condições possíveis. Às vezes os ruídos são facilmente eliminados com um pedaço de espuma ou fita adesiva dupla face. Existem também oficinas especializadas em ruídos internos do carro que nem são tão careiras. Não custa orçar e resolvendo, ponto positivo para o taxista.

  Quanto aos fumantes. É PROIBIDO FUMAR DENTRO DO VEÍCULO. Motorista e passageiro são proibidos de fumar no interior do veículo. Lei Geral dos Táxis, art. 23, inciso XXI. Além de ser proibido, o cheiro que o cigarro deixa dentro do táxi é insuportável. Quem é fumante talvez não perceba, mas quem não fuma, percebe e fica muito mal, principalmente aqueles que têm algum tipo de doença respiratória. Portanto NÃO fumem dentro do carro.



  3) Quanto ao comportamento:

  O comportamento do taxista frente ao passageiro deve ser o mais cortês possível. Os tradicionais "bom dia", "boa tarde" e "boa noite", são questão de educação. Toda a corrida deve começar com esses cumprimentos. É o primeiro contato. A quebra do gelo.

  Logo após o cumprimento, perguntar o destino. "Até onde vamos?", "Pois não?" ou "Onde o senhor(a) deseja ir?". Após a indicação do destino, perguntar se o passageiro tem alguma indicação de caminho ou rota, também evita alguns problemas. Perguntar ao passageiro se ele tem uma rádio de preferência, também é de bom tom. Caso contrário, recomendo manter o rádio do carro em uma emissora mais neutra, como por exemplo, Antena 1(89,3) ou Itapema(102,3), sempre em um volume baixo, que seja suficiente para deixar a música de fundo. Volume alto do rádio incomoda o cliente, bem como dificulta uma possível comunicação entre o condutor e o passageiro.

  Sobre conversar com o passageiro. Sugiro sentir o clima. No meu caso, se o passageiro entra no carro, me diz o destino e rota, se calando depois, mantenho a mesma postura dele, esperando que ele fale alguma coisa. Caso contrário, nossa próxima conversa vai ser no final da corrida para o pagamento.


  Ar condicionado.

  Quando estiver calor, o veículo deve estar com o ar condicionado ligado. Deixar para ligar quando o passageiro entra no carro ou pedir, por vezes pode não adiantar. Se a corrida for curta, sequer dará tempo para que o ar realmente funcione, tendo em vista que ele demora um pouquinho para deixar o carro todo em uma temperatura agradável. Lembrando que esse é equipamento obrigatório nos táxis e deve estar funcionando.


  Corrida curta.

  A corrida curta faz parte do táxi, tanto quanto a corrida longa. O usuário precisa utilizar o táxi, independente da distância, seja por necessidade, seja por comodidade e nós estamos ali para atendê-lo. Brigar com o passageiro por ele fazer uma corrida curta é PROIBIDO por lei e pelo bom senso. O cliente da corrida curta é um cliente e deve ser tratado sempre com cortesia e respeito. Confrontá-lo ou xingá-lo, não tornará a corrida mais longa, além de criar uma antipatia pelo motorista e pelo serviço. Passível de multa e cassação do carteirão, ou seja, o taxista não tem vantagem nenhuma no mau comportamento.


  Nota alta.

  Vale o mesmo para questão da corrida curta. Faz parte. Em um mundo ideal, todos nós taxistas teríamos troco e todos os passageiros avisariam antes da corrida começar, dessa condição. Porém não vivemos em um mundo ideal. O "problema" é o troco para R$50, R$100. Temos que resolver. Brigar com o passageiro não é solução. Pelo contrário. Agora ao invés de um problema, se tem dois. A falta de troco e o conflito, clima hostil dentro do táxi.
  Ofereça ao passageiro pagamento alternativo. Cartão de débito ou crédito.
  Não foi possível? Ofereça a possibilidade de troca da nota em um estabelecimento mais próximo, posto de gasolina, bar, mercado, etc., mas é primordial que se mantenha a calma. Discutir, brigar, não vai adiantar em nada.
  Em um último caso, troca-se número de telefones e se combina para pegar o valor da corrida em outro dia. Quem sabe até marcar uma segunda corrida, que só vai acontecer se o condutor mantiver a calma e for cortês.


  Divergência de caminho.

  Perguntar, educadamente se o cliente tem um caminho de preferência é a melhor maneira. Caso ele não tenha, sugestione da maneira mais detalhada possível o caminho. Se houver algum ar de desconfiança, ofereça então que o aparelho de GPS faça o caminho.


  Falar com o passageiro.

  Somente o essencial. Sempre com calma e educação. Mulheres costumam entrar no táxi com mais desconfiança, consequentemente na defensiva. Seja o mais educado possível e não insista na conversa. Essa tem que partir da cliente. Assuntos como estupro ou qualquer tipo de violência onde a mulher seja alvo, bem como assuntos relacionados a sexo, devem ser evitados.
  Futebol, religião e política são assuntos que tem cunho pessoal. Cada um tem sua posição e dificilmente vai abrir mão dela. Se manter o mais neutro possível, é garantia de uma viagem mais tranquila. Lembrando que a conversa deve sempre iniciar pelo passageiro.


  Arredondamento de corridas.

  ISSO NÃO EXISTE, a menos que seja para baixo. Gorjeta deve ser por merecimento. O cliente deve tomar a decisão de arredondar a corrida pra cima e não o taxista. Se ele for bem atendido, não vai se importar de deixar um troco pequeno para o taxista. Se a corrida deu R$15,94, ela deu R$15,94 e não R$16,00. Não façam isso.


  Transporte de animais e ou objetos grandes dentro do táxi.

  O transporte de animais, NÃO É OBRIGATÓRIO, salvo CÃO GUIA para deficientes visuais. Porém se o condutor optar por levar o animalzinho e cobrar um valor por isso, esse valor deve ser combinado antes da corrida e não no fim. Parte do princípio que o passageiro não tem obrigação de saber que existe uma taxa extra por isso. A regra vale para objetos grandes, também. Detalhe que o valor cobrado é estabelecido pela ETPC e não deve ser superior a R$6,55 por objeto ou animal. Esse é o valor limite.


  "Roubadinhas", manobras proibidas e dirigir "que nem um louco".

  Sabemos que existem inúmeros passageiros que pedem para fazer um retorninho proibido ou entrar na contramão "só esse pedacinho, que essa hora pode". NÃO PODE. Quem arca com o prejuízo das multas somos nós taxistas. Além de arriscarmos a sermos punidos, quando fazemos uma manobra proibida estamos colocando a nossa vida e a vida do passageiro em risco, além de estar expondo de maneira desnecessária nossa ferramenta de trabalho. Talvez o passageiro que está dentro do carro, goste da manobra, pois ele estará economizando seu dinheiro, mas as pessoas que estão do lado de fora, estarão condenando a atitude e exaltando a má fama dos profissionais do volante. Se for necessário explicar isso para o passageiro, que assim se faça, sempre da maneira mais educada e cordial possível.


  4) Quanto aos agrados ao cliente

  O bom atendimento, ar condicionado ligado, bem como a boa educação e as condições do carro, por si só já bastariam para satisfazer 99% dos usuários de táxi em Porto Alegre. Pra quem quiser melhorar e fazer aquele agrado, aquele carinho no cliente, bombons, balas, chicletes e principalmente água gelada, agora no verão, são de muito bom tom. Cooler pequeno no porta-malas, com copinhos e/ou garrafinhas de água gelada, são um belo agrado, mais do que bombons, que podem derreter no sol.

  Essas são algumas dicas para que tenhamos um atendimento profissional, padronizado, digno da profissão que ocupamos. É primordial que melhoremos nosso atendimento para que possamos ter um mínimo de chance frente a essa nova concorrência que já estamos enfrentando.

  Lembro que esse “manual”, foi elaborado com base na Lei Geral dos Táxis, bem como em regras de bom senso e bom atendimento ao cliente. Lembro também que ele não está fechado, podendo receber sugestões de taxistas e usuários e táxi.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Copa, protestos e adjacências.

   

      Bem. Até agora havia me furtado de postar algo a respeito dos protestos, mas é um assunto inevitável. Não entrarei no mérito dos confrontos com a polícia, causas, "manifestantes x baderneiros", pois o enfoque que quero abordar é outro.

     Quero me referir a (bendita) Copa do Mundo de 2014, que por enquanto será realizada no Brasil. E quando escrevo "por enquanto", é porque existe uma possibilidade verdadeira de isso não acontecer, tendo em vista os protestos que estão ocorrendo no país inteiro.

     Sempre fui contra a realização do evento da FIFA aqui no Brasil, por julgar que não temos, isso mesmo, nós, todos os brasileiros, condições morais de ter um evento de tal porte no nosso país. (vide http://curiosidadeseindignacoes.blogspot.com.br/2011/05/copa-2014.html ) Infelizmente eu estava certo. Tudo o que temia aconteceu. Superfaturamento, desvios, necessidades básicas do país que a muito vem se arrastando em condições precárias, deixadas de lado em prol de estádios vultuosos e outras obras faraônicas para um período limitado que de legado, só deixarão as contas para serem pagas por nós, povo. Triste realidade.

     Dito isso, chego o ponto que gostaria de tratar nesse post. Meu segundo e atual temor, que é da NÃO realização dessa Copa no Brasil. Isso mesmo. Temo pela NÃO realização da Copa, a qual desde sempre fui contra.

     Contraditório, mas necessário. E explico.

     Já estão aí, para que todos vejam, os prejuízos causados por obras e desvios de foco e dinheiro em função da Copa. Se tal evento deixa de acontecer, o país provavelmente perderá uma grande quantidade de dinheiro trazida de fora do país com turistas, visibilidade e investimentos de empresas que à partir dessa visibilidade, poderiam instalar sedes ou até injetar dinheiro em projetos genuinamente brasileiros, o que de certa forma "amortizaria" o rombo causado pelos desmandos por conta da Copa e ajudariam a economia do país a não quebrar, pelo menos a curto prazo.

     Por esses motivos, penso que os protestos são sim necessários, porém mais do que nunca de forma pacífica para não corrermos o risco de perdermos o evento FIFA, que caso alguém não lembre, fomos nós, Brasil, que brigamos para que acontecesse aqui, e piorar ainda mais a situação econômica do país, que ao meu ver já está comprometida pelos próximos anos.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vende-se Siena ex-táxi










Usarei esse espaço para um serviço de classificados.
Anuncio aqui esse meu veículo, táxi, que em breve deixará de ser.
É um modelo FIAT SIENA 1.4 TETRAFUEL, 2009, modelo 2010, completo(ar condicionado, direção hidráulica  vidros e travas elétricos).
A quilometragem é essa da foto, 398000(já deve ter passado um pouco, pois esse veículo está rodando) original.
Possui capas de couro da http://www.carfashion.com.br/ e no geral, para um carro que está a 3 anos "na praça", está bem cuidado e com manutenção em dia.
O valor dele é negociável, mas só para que tenham uma ideia, o valor dele pela tabela FIPE é esse:



Mês de referência: Fevereiro de 2013
Código FIPE:001241-6
Marca:Fiat
Modelo:Siena TETRAFUEL 1.4 mpi Fire Flex 8v 4p
Ano Modelo:2010 Gasolina
Preço médio:R$ 30.492,00
Data da consulta: quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013 5:22


Se houver alguém interessado, favor enviar comentário ou ainda envie e-mail para dr.zegonca@gmail.com.

Obrigado pela atenção de todos.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Táxis em Porto Alegre


Referente à matéria de vocês, publicada na capa do Clic RBS http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/01/taxistas-preferem-permanecer-estacionados-a-trafegar-em-busca-de-passageiros-em-porto-alegre-4023964.html , venho por meio desse fazer algumas considerações.

1) "Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros em Porto Alegre"

Isso não existe. Não sei quem vocês estão entrevistando ou entrevistaram, mas isso é uma grande bobagem.
Os taxistas auxiliares trabalham por produção, ou seja, ganham entre 25% e 30% daquilo que produzem. Por qual motivo ficariam parados?
E quanto ao “estacionados”? Estacionados ou parados em algum ponto esperando algum passageiro? Estacionados onde?
Outro fator desconsiderado por vocês é o custo. Sendo jornalistas, entendo que os amigos estejam informados custo do combustível. Não seria esse um motivo para que os taxistas prefiram permanecerem em algum ponto esperando passageiros a rodar vazio pela cidade e não pegar nenhum passageiro ou ainda pior, pegar um passageiro que possa virar um assalto no final da corrida?
E aí falamos de outro fator que é a segurança, também desconsiderado pelos amigos.
Nenhum taxista prefere ficar parado. O caso é que as condições para que se rode em Porto Alegre no horário de “rush” (entre 17h e 20h) são horríveis e deixam os taxistas parados, presos, com algum ou sem nenhum passageiro, por muito tempo.



2) “Os dois principais motivos estão intimamente relacionados: a presença dos Barões das Placas (homens que administram, através de procurações, até 30 táxis) e a criação do sistema de cobrança baseado no quilômetro rodado.

Quanto ao “Barão das Placas” (figura criada por vocês repórteres), de acordo com as “informações” que vocês estão repassando, se é que ele existe ou pode ser considerado assim, comanda menos de 1% da frota de táxi.
Se esse tal “vilão” do ramo de táxis realmente instituiu essa modalidade de cobrança, seriam esses táxis comandados por esse personagem, em um universo de 4 mil táxis, que estariam influenciando em uma suposta falta de táxis em Porto Alegre?
Quanto ao segundo ponto, não existe cobrança de valor por km rodado. A forma de compensação do taxista auxiliar é a comissão, que varia entre 25% e 30% da féria bruta auferida no decorrer do turno. O que pode existir no que se refere a valores de km é sim a observação da quilometragem rodada como mecanismo de controle, já que o táxi funciona com uma relação de confiança sem nenhum tipo de controle mecânico da produção e fluxo de passageiros.

3) “Imposto por donos de veículos a seus motoristas auxiliares, o pagamento pelo quilômetro percorrido (sem levar em consideração o taxímetro) inibe a busca de clientes. Criada na década de 90, mas disseminada nos últimos cinco anos com o fortalecimento dos Barões, a cobrança pela quilometragem tem efeito direto na vida dos usuários de táxis.

É que o valor a ser desembolsado pelo funcionário do veículo varia entre R$ 1,30 e R$ 1,50 por quilômetro percorrido. O problema ganha dimensão porque a frota permanece nas mãos de auxiliares durante 65% do dia.

– Em média, se roda 200 quilômetros por dia, então um Barão embolsa cerca de R$ 300, mesmo que o seu auxiliar tenha circulado metade dessa distância com carro vazio em busca de cliente. Então, ninguém mais busca passageiro nas ruas – conta um motorista que há 13 anos trabalha como funcionário."

Isso é praticamente impossível e inviável, tendo em vista que o valor do km é de R$ 1,95, pagar R$ 1,50 e mais R$ 0,40 a R$ 0,50 de combustível por km, os auxiliares estão trazendo de casa dinheiro para dar para os permissionários. E novamente, se isso acontece, cobrança de valor por km, continuamos falando de 1% da frota.


4) "Como consequência, grandes eventos realizados em bairros extremos deixaram de ser atraentes para os taxistas. A conta feita por eles é a seguinte: o deslocamento do Largo Glênio Peres, no Centro, por exemplo, à Fiergs, na Zona Norte, pode custar até R$ 45 ao auxiliar. Mesmo que tenha a sorte de apanhar um passageiro que o traga de volta ao ponto de origem, ele receberá R$ 42,6 pela corrida. Ou seja, depois de quase uma hora de trabalho, o motorista ainda poderá sair no prejuízo.”

Isso é impossível. Pelo Google Maps, a distância do largo Glênio Peres até a Fiergs é de 17km. Tendo em vista que o motorista pagaria supostamente 1,50R$ por Km esse valor seria de R$ 25,50 e não R$ 45. E se fizesse uma corrida com o mesmo caminho de volta até o centro, com mesma quilometragem, esse valor seria de R$ 37,05 na bandeira 1 e R$ 47,08 na bandeira 2, tendo em vista que o valor do km é de R$ 1,95 e R$ 2,54 respectivamente e não R$ 42,60.


5) “O artifício que virou regra entre os detentores de permissões afronta a legislação municipal que, se respeitada, colocaria os táxis de volta às ruas. Ela estabelece apenas duas possibilidades de remuneração dos auxiliares: a divisão do faturamento, em que o permissionário fica com 75% do valor – o restante vai para o motorista –, ou a contratação com carteira assinada, pouco adotada.”

Isso não é regra. Sou permissionário de táxi e vivo o meio desde que me conheço por gente, diga-se 1980. A regra é uma compensação/remuneração variando entre 25% e 30%. Se essa cobrança de um valor por km, realmente existe, ela é uma exceção.

6) “Uma outra causa da carência de táxis está relacionada a uma lacuna no controle do serviço. Zero Hora apurou que a troca de turno, a lavagem do veículo e o acerto de contas entre donos de táxis e auxiliares ocorrem numa das horas mais movimentadas do dia: entre as 16h30min e as 18h30min. O horário escolhido pelos Barões das Placas leva em consideração razões privadas, desconsiderando o interesse público. Dessa forma, eles evitam que seus funcionários fiquem presos em engarrafamentos.”

Não sei a idade de vocês, tampouco do interesse pelo assunto táxis, mas se conversarem com a maioria dos taxistas, principalmente os mais velhos, verão que a troca de turno e lavagem dos táxis acontece nessa faixa de horário desde a década de 70. Isso se dava pela necessidade de escolha de um horário que existisse ônibus para que o taxista chegasse ao posto para pegar o táxi, bem como da coincidência dos horários de funcionamento dos postos de combustíveis que abriam às 6h e fechavam a noite, não permanecendo abertos durante a madrugada.
Como os táxis trabalham em turno de 12h, consequentemente a próxima parada para troca do turno era às 18h, ou seja, isso não tem nada a ver com os supostos Barões das Placas que supostamente comandariam em torno de 1% da frota.
E mais. Tendo em vista a maneira “maquiavélica” de administração desses supostos Barões e pelo suposto modo de cobrança por quilômetro rodado, que interesse teriam essas pessoas que o táxi não fique parado no trânsito?



A minha opinião é de que a matéria de vocês beira a irresponsabilidade, sendo generalista, sensacionalista e infundada, colocando a sociedade contra todos os taxistas.

Como disse anteriormente, vivo o meio táxi desde a década de 80, já que esse sempre foi o negócio da família. Trabalho de forma honesta e arrisco minha vida todas as noites em honra a um negócio que levou meu pai, assassinado trabalhando no táxi, mas que sustenta a mim e minha família a mais de 30 anos.

Posso lhes assegurar com tranqüilidade que isso que está sendo noticiado se é que existe, não é uma regra.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Receita da massa para pizza


Ingredientes:

10g de fermento biológico seco instantâneo(aqueles pacotinhos que tu compra em qualquer supermercado);
4 xícaras de chá de farinha de trigo(se quiser fazer a massa integral, usa quantas partes de farinha integral quiseres. Inclusive as 4 xícaras, se quiser);
1 sachê de Pizza Certa(melhorador de pizza. No supermercado, fica perto do fermento);
2 colheres de sopa de açúcar;
1 e 1/4 de xícara de chá de água(300 ml);
2 colheres de chá de sal.


Preparo:

Misturar todos os ingredientes secos e por fim a água.
Sove a massa até ficar macia e lisa. Tipo bem compacta.
Divide a massa em 4 partes e coloca em algum lugar quentinho durante 30 minutos para crescer.
Cada parte vira uma massa.
Abrir a massa e colocar em cima da "pedra para assar pizza" e colocar no forno durante 3 a 4 minutos para a massa dar uma "selada". Tipo deixar pré-pronta.
Ta pronta a massa para a pizza.

P.S. Como vocês percebem, a pedra para assar pizza é importante. Se não tiver, uma uma forma para pizza comum, mesmo.

Bom apetite.
Abrs.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!



Gostaria de desejar um Feliz Natal a todos vocês pessoalmente, dar uma abraço e um beijo e até um presente para cada um, mas como não posso, resolvi fazer por aqui, de forma escrita.
Além disso gostaria também de agradecer. Agradecer por me “adotarem” como um amigo e não só mais um taxista. Agradecer a confiança, as indicações e por utilizarem do meu trabalho, que procuro fazer da melhor maneira possível, em constante evolução.
Gostaria de agradecer pelas pessoas que conheci. A galera do Boemia Colorada, que me acolheu de forma carinhosa, aos ilustres colorados que tive a honra de dividir a experiência  de participar das eleições do meu clube do coração, o Internacional, aos ídolos de adolescência que conheci e a todos mais que o micro blog twitter me proporcionou ter o prazer de conhecer.
Obrigado por todo o carinho despendido, pela preferência em usar dos meus préstimos, bem como por todos os momentos proporcionados dentro do táxi, nos futebóis, churrascos, Opinião, Girasole e todos os outros lugares os quais tive o prazer de dividir da companhia de vocês.
Obrigado a todos que viraram meus clientes, que andaram uma única vez no meu táxi ou que sequer o fizeram mas interagem comigo e me fazem sentir tão querido.
Peço desculpa por alguma eventual falha e por não poder às vezes fazer mais por vocês, amigos e clientes que fazem tanto por mim.
Desculpa não citar individualmente cada um, mas fiquei com medo de esquecer alguém, o que seria de uma injustiça gigantesca.
Fica aqui o meu MUITO OBRIGADO e o desejo de um FELIZ NATAL e de um ANO NOVO muito melhor que o ano que está findando.

Beijos e abraços para todos.

José Carlos (Zé)
@taxinight_inPoa

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O adultério

              Era uma madrugada de primavera. O ano era 2003.

            Tudo ia bem até que uma chamada da rádio táxi com um requisito estranho aconteceu: “O Carro tem que ter películas nos vidros no Ponto “X”.”

            Como eu estava no ponto “X” e preenchia os requisitos, ou seja, os vidros “peliculados”, escurecidos, me identifiquei e recebi o endereço para ir buscar o(a) cliente.

            Cheguei no local, parei e esperei. Dois minutos depois, no máximo, uma mulher de aparência bonita entrou rápido no táxi me desejando boa noite e perguntando se havia a possibilidade de alguém enxergá-la dentro do carro. Expliquei que era difícil de isso acontecer e já perguntei qual era o destino.

            Imaginava que seria mais um caso simples e comum – acreditem, é mais comum do que vocês imaginam - de adultério. Quando ela respondeu que queria ir até o Motel “Y”, minha suspeita se confirmou.

            Dirigi até o motel sem trocar muitas palavras, mas percebi que a mulher estava um pouco nervosa. Não quis entrar em detalhes, muito menos perguntar o que a deixava com aquele semblante nervoso. Fiz o que me cabia e levei-a até o destino escolhido.

            Sozinha dentro do táxi, ela escolheu o quarto mais barato, pagou por antecipação, como é de praxe dos motéis em Porto Alegre quando a pessoa vai de táxi, e já dentro do pátio do motel, pediu que eu andasse devagar.

            Sem questionar, fiz o que ela pedia. Logo em seguida, pediu para que eu observasse os carros, pois ela estava procurando um determinado carro azul nas garagens do motel. O referido motel possuía portas de garagem que não cobriam a traseira inteira do carro, deixando a mostra uma parte, o que permitia que se visualizasse facilmente a cor e até a placa dos veículos.

            Não demorou muito achei um carro azul. Ela pediu que parasse o táxi ali e foi o que eu fiz.

            Já não entendia mais nada, pois ela havia inclusive pago um quarto, que nem perto de onde paramos ficava. Mas tudo bem, como meu trabalho não é questionar, fiz o que me foi pedido.

            Ela disse: “Só um pouquinho moço, quero ver uma coisa.” e desceu do táxi. Foi até a porta da garagem, olhou por baixo, viu o carro e possivelmente a placa do mesmo e voltou.

            “Quanto te devo moço?” indagou ela. Dei o valor, ela me pagou e antes de descer em definitivo disse: “O sr. deve estar achando que eu sou louca e talvez eu seja mesmo. Sabe o que eu vim fazer aqui? Vim pegar o meu marido que ta com a amante ali dentro. O desgraçado é tão burro, que ainda trás a amante no mesmo motel que me trás de vez em quando. Ele vai ver só o que eu tenho pra ele...”

            Confesso que apesar do medo do que aquela mulher iria fazer, deu vontade de ficar ali pra ver e ouvir o que iria acontecer. Não fiquei. Não quis ser testemunha de um possível crime passional ou algo que o valha.

            A verdade é que juro que até hoje tenho curiosidade em saber o que ocorreu naquele quarto de motel. Acho que um crime não, pois sairia nos jornais, certo. Mas gostaria sim de saber o desfecho daquele possível flagrante de adultério.