sábado, 26 de janeiro de 2013

Táxis em Porto Alegre


Referente à matéria de vocês, publicada na capa do Clic RBS http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/01/taxistas-preferem-permanecer-estacionados-a-trafegar-em-busca-de-passageiros-em-porto-alegre-4023964.html , venho por meio desse fazer algumas considerações.

1) "Taxistas preferem permanecer estacionados a trafegar em busca de passageiros em Porto Alegre"

Isso não existe. Não sei quem vocês estão entrevistando ou entrevistaram, mas isso é uma grande bobagem.
Os taxistas auxiliares trabalham por produção, ou seja, ganham entre 25% e 30% daquilo que produzem. Por qual motivo ficariam parados?
E quanto ao “estacionados”? Estacionados ou parados em algum ponto esperando algum passageiro? Estacionados onde?
Outro fator desconsiderado por vocês é o custo. Sendo jornalistas, entendo que os amigos estejam informados custo do combustível. Não seria esse um motivo para que os taxistas prefiram permanecerem em algum ponto esperando passageiros a rodar vazio pela cidade e não pegar nenhum passageiro ou ainda pior, pegar um passageiro que possa virar um assalto no final da corrida?
E aí falamos de outro fator que é a segurança, também desconsiderado pelos amigos.
Nenhum taxista prefere ficar parado. O caso é que as condições para que se rode em Porto Alegre no horário de “rush” (entre 17h e 20h) são horríveis e deixam os taxistas parados, presos, com algum ou sem nenhum passageiro, por muito tempo.



2) “Os dois principais motivos estão intimamente relacionados: a presença dos Barões das Placas (homens que administram, através de procurações, até 30 táxis) e a criação do sistema de cobrança baseado no quilômetro rodado.

Quanto ao “Barão das Placas” (figura criada por vocês repórteres), de acordo com as “informações” que vocês estão repassando, se é que ele existe ou pode ser considerado assim, comanda menos de 1% da frota de táxi.
Se esse tal “vilão” do ramo de táxis realmente instituiu essa modalidade de cobrança, seriam esses táxis comandados por esse personagem, em um universo de 4 mil táxis, que estariam influenciando em uma suposta falta de táxis em Porto Alegre?
Quanto ao segundo ponto, não existe cobrança de valor por km rodado. A forma de compensação do taxista auxiliar é a comissão, que varia entre 25% e 30% da féria bruta auferida no decorrer do turno. O que pode existir no que se refere a valores de km é sim a observação da quilometragem rodada como mecanismo de controle, já que o táxi funciona com uma relação de confiança sem nenhum tipo de controle mecânico da produção e fluxo de passageiros.

3) “Imposto por donos de veículos a seus motoristas auxiliares, o pagamento pelo quilômetro percorrido (sem levar em consideração o taxímetro) inibe a busca de clientes. Criada na década de 90, mas disseminada nos últimos cinco anos com o fortalecimento dos Barões, a cobrança pela quilometragem tem efeito direto na vida dos usuários de táxis.

É que o valor a ser desembolsado pelo funcionário do veículo varia entre R$ 1,30 e R$ 1,50 por quilômetro percorrido. O problema ganha dimensão porque a frota permanece nas mãos de auxiliares durante 65% do dia.

– Em média, se roda 200 quilômetros por dia, então um Barão embolsa cerca de R$ 300, mesmo que o seu auxiliar tenha circulado metade dessa distância com carro vazio em busca de cliente. Então, ninguém mais busca passageiro nas ruas – conta um motorista que há 13 anos trabalha como funcionário."

Isso é praticamente impossível e inviável, tendo em vista que o valor do km é de R$ 1,95, pagar R$ 1,50 e mais R$ 0,40 a R$ 0,50 de combustível por km, os auxiliares estão trazendo de casa dinheiro para dar para os permissionários. E novamente, se isso acontece, cobrança de valor por km, continuamos falando de 1% da frota.


4) "Como consequência, grandes eventos realizados em bairros extremos deixaram de ser atraentes para os taxistas. A conta feita por eles é a seguinte: o deslocamento do Largo Glênio Peres, no Centro, por exemplo, à Fiergs, na Zona Norte, pode custar até R$ 45 ao auxiliar. Mesmo que tenha a sorte de apanhar um passageiro que o traga de volta ao ponto de origem, ele receberá R$ 42,6 pela corrida. Ou seja, depois de quase uma hora de trabalho, o motorista ainda poderá sair no prejuízo.”

Isso é impossível. Pelo Google Maps, a distância do largo Glênio Peres até a Fiergs é de 17km. Tendo em vista que o motorista pagaria supostamente 1,50R$ por Km esse valor seria de R$ 25,50 e não R$ 45. E se fizesse uma corrida com o mesmo caminho de volta até o centro, com mesma quilometragem, esse valor seria de R$ 37,05 na bandeira 1 e R$ 47,08 na bandeira 2, tendo em vista que o valor do km é de R$ 1,95 e R$ 2,54 respectivamente e não R$ 42,60.


5) “O artifício que virou regra entre os detentores de permissões afronta a legislação municipal que, se respeitada, colocaria os táxis de volta às ruas. Ela estabelece apenas duas possibilidades de remuneração dos auxiliares: a divisão do faturamento, em que o permissionário fica com 75% do valor – o restante vai para o motorista –, ou a contratação com carteira assinada, pouco adotada.”

Isso não é regra. Sou permissionário de táxi e vivo o meio desde que me conheço por gente, diga-se 1980. A regra é uma compensação/remuneração variando entre 25% e 30%. Se essa cobrança de um valor por km, realmente existe, ela é uma exceção.

6) “Uma outra causa da carência de táxis está relacionada a uma lacuna no controle do serviço. Zero Hora apurou que a troca de turno, a lavagem do veículo e o acerto de contas entre donos de táxis e auxiliares ocorrem numa das horas mais movimentadas do dia: entre as 16h30min e as 18h30min. O horário escolhido pelos Barões das Placas leva em consideração razões privadas, desconsiderando o interesse público. Dessa forma, eles evitam que seus funcionários fiquem presos em engarrafamentos.”

Não sei a idade de vocês, tampouco do interesse pelo assunto táxis, mas se conversarem com a maioria dos taxistas, principalmente os mais velhos, verão que a troca de turno e lavagem dos táxis acontece nessa faixa de horário desde a década de 70. Isso se dava pela necessidade de escolha de um horário que existisse ônibus para que o taxista chegasse ao posto para pegar o táxi, bem como da coincidência dos horários de funcionamento dos postos de combustíveis que abriam às 6h e fechavam a noite, não permanecendo abertos durante a madrugada.
Como os táxis trabalham em turno de 12h, consequentemente a próxima parada para troca do turno era às 18h, ou seja, isso não tem nada a ver com os supostos Barões das Placas que supostamente comandariam em torno de 1% da frota.
E mais. Tendo em vista a maneira “maquiavélica” de administração desses supostos Barões e pelo suposto modo de cobrança por quilômetro rodado, que interesse teriam essas pessoas que o táxi não fique parado no trânsito?



A minha opinião é de que a matéria de vocês beira a irresponsabilidade, sendo generalista, sensacionalista e infundada, colocando a sociedade contra todos os taxistas.

Como disse anteriormente, vivo o meio táxi desde a década de 80, já que esse sempre foi o negócio da família. Trabalho de forma honesta e arrisco minha vida todas as noites em honra a um negócio que levou meu pai, assassinado trabalhando no táxi, mas que sustenta a mim e minha família a mais de 30 anos.

Posso lhes assegurar com tranqüilidade que isso que está sendo noticiado se é que existe, não é uma regra.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Receita da massa para pizza


Ingredientes:

10g de fermento biológico seco instantâneo(aqueles pacotinhos que tu compra em qualquer supermercado);
4 xícaras de chá de farinha de trigo(se quiser fazer a massa integral, usa quantas partes de farinha integral quiseres. Inclusive as 4 xícaras, se quiser);
1 sachê de Pizza Certa(melhorador de pizza. No supermercado, fica perto do fermento);
2 colheres de sopa de açúcar;
1 e 1/4 de xícara de chá de água(300 ml);
2 colheres de chá de sal.


Preparo:

Misturar todos os ingredientes secos e por fim a água.
Sove a massa até ficar macia e lisa. Tipo bem compacta.
Divide a massa em 4 partes e coloca em algum lugar quentinho durante 30 minutos para crescer.
Cada parte vira uma massa.
Abrir a massa e colocar em cima da "pedra para assar pizza" e colocar no forno durante 3 a 4 minutos para a massa dar uma "selada". Tipo deixar pré-pronta.
Ta pronta a massa para a pizza.

P.S. Como vocês percebem, a pedra para assar pizza é importante. Se não tiver, uma uma forma para pizza comum, mesmo.

Bom apetite.
Abrs.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal!



Gostaria de desejar um Feliz Natal a todos vocês pessoalmente, dar uma abraço e um beijo e até um presente para cada um, mas como não posso, resolvi fazer por aqui, de forma escrita.
Além disso gostaria também de agradecer. Agradecer por me “adotarem” como um amigo e não só mais um taxista. Agradecer a confiança, as indicações e por utilizarem do meu trabalho, que procuro fazer da melhor maneira possível, em constante evolução.
Gostaria de agradecer pelas pessoas que conheci. A galera do Boemia Colorada, que me acolheu de forma carinhosa, aos ilustres colorados que tive a honra de dividir a experiência  de participar das eleições do meu clube do coração, o Internacional, aos ídolos de adolescência que conheci e a todos mais que o micro blog twitter me proporcionou ter o prazer de conhecer.
Obrigado por todo o carinho despendido, pela preferência em usar dos meus préstimos, bem como por todos os momentos proporcionados dentro do táxi, nos futebóis, churrascos, Opinião, Girasole e todos os outros lugares os quais tive o prazer de dividir da companhia de vocês.
Obrigado a todos que viraram meus clientes, que andaram uma única vez no meu táxi ou que sequer o fizeram mas interagem comigo e me fazem sentir tão querido.
Peço desculpa por alguma eventual falha e por não poder às vezes fazer mais por vocês, amigos e clientes que fazem tanto por mim.
Desculpa não citar individualmente cada um, mas fiquei com medo de esquecer alguém, o que seria de uma injustiça gigantesca.
Fica aqui o meu MUITO OBRIGADO e o desejo de um FELIZ NATAL e de um ANO NOVO muito melhor que o ano que está findando.

Beijos e abraços para todos.

José Carlos (Zé)
@taxinight_inPoa

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O adultério

              Era uma madrugada de primavera. O ano era 2003.

            Tudo ia bem até que uma chamada da rádio táxi com um requisito estranho aconteceu: “O Carro tem que ter películas nos vidros no Ponto “X”.”

            Como eu estava no ponto “X” e preenchia os requisitos, ou seja, os vidros “peliculados”, escurecidos, me identifiquei e recebi o endereço para ir buscar o(a) cliente.

            Cheguei no local, parei e esperei. Dois minutos depois, no máximo, uma mulher de aparência bonita entrou rápido no táxi me desejando boa noite e perguntando se havia a possibilidade de alguém enxergá-la dentro do carro. Expliquei que era difícil de isso acontecer e já perguntei qual era o destino.

            Imaginava que seria mais um caso simples e comum – acreditem, é mais comum do que vocês imaginam - de adultério. Quando ela respondeu que queria ir até o Motel “Y”, minha suspeita se confirmou.

            Dirigi até o motel sem trocar muitas palavras, mas percebi que a mulher estava um pouco nervosa. Não quis entrar em detalhes, muito menos perguntar o que a deixava com aquele semblante nervoso. Fiz o que me cabia e levei-a até o destino escolhido.

            Sozinha dentro do táxi, ela escolheu o quarto mais barato, pagou por antecipação, como é de praxe dos motéis em Porto Alegre quando a pessoa vai de táxi, e já dentro do pátio do motel, pediu que eu andasse devagar.

            Sem questionar, fiz o que ela pedia. Logo em seguida, pediu para que eu observasse os carros, pois ela estava procurando um determinado carro azul nas garagens do motel. O referido motel possuía portas de garagem que não cobriam a traseira inteira do carro, deixando a mostra uma parte, o que permitia que se visualizasse facilmente a cor e até a placa dos veículos.

            Não demorou muito achei um carro azul. Ela pediu que parasse o táxi ali e foi o que eu fiz.

            Já não entendia mais nada, pois ela havia inclusive pago um quarto, que nem perto de onde paramos ficava. Mas tudo bem, como meu trabalho não é questionar, fiz o que me foi pedido.

            Ela disse: “Só um pouquinho moço, quero ver uma coisa.” e desceu do táxi. Foi até a porta da garagem, olhou por baixo, viu o carro e possivelmente a placa do mesmo e voltou.

            “Quanto te devo moço?” indagou ela. Dei o valor, ela me pagou e antes de descer em definitivo disse: “O sr. deve estar achando que eu sou louca e talvez eu seja mesmo. Sabe o que eu vim fazer aqui? Vim pegar o meu marido que ta com a amante ali dentro. O desgraçado é tão burro, que ainda trás a amante no mesmo motel que me trás de vez em quando. Ele vai ver só o que eu tenho pra ele...”

            Confesso que apesar do medo do que aquela mulher iria fazer, deu vontade de ficar ali pra ver e ouvir o que iria acontecer. Não fiquei. Não quis ser testemunha de um possível crime passional ou algo que o valha.

            A verdade é que juro que até hoje tenho curiosidade em saber o que ocorreu naquele quarto de motel. Acho que um crime não, pois sairia nos jornais, certo. Mas gostaria sim de saber o desfecho daquele possível flagrante de adultério.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Táxis. Carta à Zero Hora e ao jornalista Pedro Moreira


Bom dia;
Lendo a reportagem do amigo referente aos táxis de Porto Alegre – Zero Hora do dia 10/04/2012, pag. 34 - gostaria de prestar alguns esclarecimentos.
Quanto aos dados dos referidos, dos táxis das capitais, o número de habitantes por táxi é inversamente proporcional à idade da frota.
Nos dados fornecidos pelo amigo na reportagem citando algumas capitais do Brasil, somente a frota de Belo Horizonte tem idade média menor do que a frota de Porto Alegre. Acho que isso seria importante de ser citado.
Quanto à demora na espera de táxis na rodoviária em retornos de feriadões, isso são situações atípicas, ou seja, de uma demanda excessiva em um determinado horário, o qual é agravado pela falta de mobilidade nos acessos à rodoviária.
Domingo à noite trabalhei e tive a oportunidade de ir até a estação rodoviária. Ocorre que vi uma cena contrastante, ou seja, uma fila gigantesca de pessoas esperando táxis e uma fila de táxis não menos numerosa, que começava na rotatória da rodoviária (Ernesto Alves x Vespasiano Veppo) e se estendia até a Av. Farrapos, pela própria rua Ernesto Alves.
Talvez 300, 400 passageiros na fila e um número pouco menor de táxis, também em fila indiana tentando acessar a rodoviária, coisa que está se tornando cada vez mais impossível.
Outro fato agravante é o domingo. Sei que o amigo talvez não faça parte do seleto grupo que tem a sua folga semanal aos domingos, ainda que a lei trabalhista oriente que pelo menos uma folga mensal seja nesse dia da semana. Mas tenho certeza que o amigo, se pudesse escolher, escolheria talvez o domingo para ficar com a sua família e aproveitar os momentos de lazer.
Pois então. Isso acontece com os taxistas. Muitos e esse é o meu caso, escolhem o domingo como dia de folga para aproveitar com suas famílias. Aí o sr. perguntará: "Mas e por que não coloca um “folguista”, já que são autorizados o permissionário, mais um motorista e mais um “folguista”?
Lhe respondo com propriedade e já justificando o porque não tenho “folguista” no meu táxi. Acontece, que apesar de a prefeitura, representada pela EPTC, autorizar essa categoria de profissionais, a justiça do trabalho, só reconhece como auxiliar somente um condutor além do permissionário. Um segundo ou terceiro, não é reconhecido como auxiliar e sim como empregado, fazendo recair sobre o permissionário de táxi o ônus do vínculo empregatício e todos os seus encargos, que na minha opinião, inviabiliza a atividade de taxista, pelo menos na qualidade de permissionário.
Ademais, enquanto o passageiro em 2 ou 3 ocasiões do ano, no caso da rodoviária, se sente prejudicado por ter que esperar 30, 40 minutos por um táxi, não é computado pela imprensa, o restante dos dias ou noites em que o taxista fica 2, 3, 4 ou até 5 horas, sem fazer nenhuma corrida. E isso não é exclusividade do ponto da rodoviária. Hoje, por exemplo, eu fiquei parado em frente à empresa onde o amigo trabalha (Grupo RBS na Érico Veríssimo), das 0:00h até as 3:00h da manhã concorrendo com as chamadas da Tele Táxi Cidade e com os passageiros da rua, e acabei desistindo de ficar parado e recolhi o meu táxi para minha casa. E esse fato de ficar mais de uma ou duas horas sem ter nenhum passageiro, não é exclusividade da segunda-feira à noite. Acontece nas terças, quartas e dependendo da época do mês, até nos finais de semana.
As vezes penso que ou os senhores esquecem ou simplesmente ignoram o fato de morarmos em uma capital que possui um carro para cada dois habitantes. Que essa capital, não tem mais para onde expandir, que as obras viárias, antes mesmo de acontecer, já estão defasadas, tamanho é o número de veículos que temos circulando. Perceba também, que o passageiro que enfrentou a espera por táxi na rodoviária é o mesmo que possivelmente enfrentou duas ou três horas a mais na estrada em função dos congestionamentos, ou seja, as estradas também estão saturadas.
Outro ponto que gostaria de clarear para o amigo é que nos dias de chuva, nos horários de maior fluxo (17:30hs a 19:30hs), a média de corridas de um táxi é de uma a cada 40, 45 minutos, pelo fato da demora para chegar até o cliente e a demora para largá-lo em seu destino, devido aos congestionamentos. Infelizmente, não temos mobilidade para melhor atender o público que necessita de táxis nos horários de maior fluxo.
Quanto às empresas de tele táxi, essas estão sujeitas aos mesmos imprevistos que qualquer outro estabelecimento nos dias de chuva. Tais como falta de luz, internet, telefone, etc. Hoje os taxistas que utilizam a Tele Táxi Cidade, possuem como meio de comunicação com a central um GPS com sistema 3G de comunicação. Quantas pessoas o Sr. conhece que em dia de chuva ficam sem celular, pois as operadoras dão algum tipo de pane? E sem internet? Quantas vezes a empresa do amigo, uma das maiores do sul do país, já ficou sem internet? E sem fornecimento de energia elétrica? Quantas vezes? Pois é. As empresas de tele táxis são empresas bem menores que o Grupo RBS e estão sujeitas a todos esses problemas. E muitas vezes, nós taxistas, nem sabemos que a tele táxi está inoperante e ficamos aguardando por chamadas que não virão.
Outra pergunta que lhe faço é: Quantas pessoas o amigo conhece que terminam o seu expediente entre 17:00 e 19:00hs? O sr. acha que mesmo tendo 10000 táxis em Porto Alegre, todos os usuários que necessitam de táxis nesses horários vão ser bem atendidos? O sr. acha que acrescentando à frota de veículos de Poa, mais 1000, 2000, 5000 táxis em somatório com os quase 100 carros novos particulares que são emplacados na capital diariamente, teremos realmente um bom atendimento aos usuários de táxi?
E mais. O sr. não acha que um número maior de táxis pode diminuir a renda dos taxistas e fazer com que a frota fique sucateada?
E que com essa diminuição da renda, obrigue o permissionário a trabalhar mais para manter o padrão de vida alcançado e com isso dispense o motorista auxiliar e ainda trabalhando mais, diminua sua qualidade de vida?
Entendo que o serviço de táxis de Porto Alegre, não é o melhor do mundo, agora pauta-lo por ocasiões que não são gerais, não é a melhor maneira. Encher a capital de táxis, por causa de uma demanda diária de duas a três horas? Será mesmo? E depois, passado esse horário de maior demanda, o que se faz com todos esses táxis que vocês idealizam que Porto Alegre precisa?
Mobilidade urbana é a palavra de ordem. Dar condições para que nós taxistas possamos atender os usuários. Qualificar os motoristas, principalmente no que diz respeito ao atendimento ao cliente. Depois de tudo isso, aí sim rever a frota.
Espero que tenha esclarecido alguns pontos ao amigo jornalista e que o sr. tenha um contraponto na sua análise.
Aproveito e me coloco a disposição para qualquer outro esclarecimento que o amigo periodista necessite.

José Carlos Gonçalves.
Permissionário de táxi em Porto Alegre.

sábado, 3 de março de 2012

Beira Rio da Dilma. Arena do(a) ?????

Li bastante nas redes sociais a respeito das obras do Beira Rio. Torcedores do porto alegrense, acompanhados de alguns profissionais de imprensa esportiva, "pedindo" uma homenagem à Dilma e ao PT no nome do Beira Rio, pelo fato de haver uma intervenção presidencial para que o contrato do Inter com a construtora Andrade Gutierrez fosse assinado e assim viabilizada a obra para que Porto Alegre seja uma das sedes da Copa de 2014.
Muitos questionaram o fato de ser uma obra privada o que não deixa de ser verdade. Mas se trata de uma obra privada de interesse público, ou seja, dá direito aos governantes de se "intrometerem" sim nas decisões equivalentes a essa obra.
Quanto à homenagem a presidenta, gostaria de saber, quem vai ser o homenageado na construção da Arena? Pois como todos sabem, principalmente os torcedores do lado azul, a obra da Arena, também é uma obra particular e a princípio sem o menor interesse público e mesmo assim conta com todos os incentivos fiscais de uma obra para a Copa. Por quê? Não sei. E não me venham com a história de centro de treinamento, porque teríamos outras opções, não precisaria construir um estádio para isso.
E agora? Quem será o homenageado? O PT? Lula? O deputado (e presidente do porto alegrense) Paulo Odone?
Sejam coerentes. Se querem uma homenagem do lado do Beira Rio, tem que homenagear alguém lá no bairro Humaitá.
O fato é que enquanto torcedores discutem “miudezas”, a Copa da corrupção, a Copa dos desvios de verbas, a Copa dos "Elefantes Brancos" - vide estádio de futebol na Amazônia - a Copa para "Inglês ver", vai acontecer. E nós Alvi-rubros e tricolores, pagaremos essa bela dívida, que será, ao fim e ao cabo a maior e talvez mais importante herança que teremos dessa Copa do Mundo de Futebol FIFA que infelizmente ocorrerá no Brasil no ano de 2014.
Tudo isso claro, se o mundo não acabar ainda em 2012.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Por vezes gostaria de morar em uma caverna.

A crueldade humana me espanta. Ou me irrita. Sei lá.
É muita corrupção. Desvios de dinheiro público. Gente morrendo em filas de SUS. Impostos e mais impostos para cobrir toda essa putaria.
Somo taxados em tudo. A propriedade é sobre-taxada. Pagamos impostos, mais impostos, mais pedágios, mais planos de saúde, mais seguros... Vivemos pagando tudo em dobro. Somos obrigados a dar boa parte daquilo que ganhamos para os governos e na hora que precisamos de algo, temos que pagar novamente.
Temos obrigações demais e direitos de menos. Estamos cercados de deveres para com tudo e com todos, mas quando chega nossa vez de exigir algo, a burocracia e as leis emperram de tal forma, que acabamos muitas vezes desistindo do pleito.
Vemos políticos e membros de governos, sejam eles municipais, estaduais ou federais, enriquecendo de maneira brusca, enquanto nós temos que comprar algo parcelando em 12, 24, 36 vezes ou até mesmo em 30 anos, no caso de imóveis, e sendo taxados durante todo esse período. E mesmo depois de quitado esse bem, continuaremos pagando por ele.
Moramos em um país onde tudo é as avessas. As coisas começam erradas e depois se criam formas de fiscalizar aquilo que está errado, que aprendemos - porque nos ensinam - errado, nos "punindo" financeiramente, por uma fala que o Estado cometeu lá na origem.
Vivemos em um país, onde o empregador é cobrado, extorquido pelo executivo e depois pelo judiciário, através de decisões cretinas de juízes que se acham acima do bem e do mal, porque se criou a cultura de que o empregado é um coitadinho e o empregador é um monstro.
Só no Brasil, alguém lê um edital de concurso, aceita as condições desse e depois de passar no concurso publico, vem para imprensa com discurso de coitadinho, que o governo não dá condições de trabalho, com mimimi's ou como vi em um outdoor essa noite: "Governo Tarso inimigo da educação". Ah! Para com isso. Ta ruim, pede exoneração e vai ao mercado de trabalho.
Temos governantes ruins, pois somos na maioria cidadãos ruins. Fazemos muito jus ao ditado: "Cada povo tem o governo que merece." Isso não fica longe da verdade não.
O fato é  que o Brasil é um grande banco de interesses, onde há um revezamento de posições, para que dentro desse grupo fechado de comandantes, coronéis, todos possam se beneficiar, tirando da parte maior e mais frágil, que é quem trabalha de forma honesta e tenta cumprir ao máximo as leis.
Por esses e outros motivos que por vezes tenho vontade de morar em uma caverna.